sábado, 9 de março de 2013

PARLENDAS ANTIGAS





1
 

Eu fui por um caminho...
Eu também
Encontrei um passarinho...
Eu também 
Encontrei um dedo mindinho... 
Eu também
Seu-vizinho,
Eu também
Pai de todos,
Eu também
Fura-bolo,
Eu também
Cata-piolho.
Eu também...

 2



Batatinha quando nasce...
Espalha a rama pelo chão.
Menininha quando dorme...
põe a mão no coração.


3



Um,dois,feijão com arroz.
Três,quatro,feijão no prato.
Cinco,seis,chegou minha vez.
sete,oito,comer biscoito.
nove,dez,comer pastéis.

4



Rei
Capitão
Soldado
Ladrão
Menino
Menina
Macaco
Simão

5



Sola,sapato,
rei,rainha.
Onde quereis 
que eu vá dormir?
Na casa de mãe 
Aninha.

6


Hoje é domingo,
Pé de cachimbo.
Cachimbo é de barro,
Bate no jarro.
O jarro é de ouro,
Bate no touro.
O touro é valente,
Bate na gente.
A gente é fraco,
Cai no buraco.
O buraco é fundo,
Acabou-se o mundo.

7



Amanhã é que é domingo,
Pé de cachimbo.
Galo monteiro
Pisou na areia.
Areia é fina,
Que dá no sino.
O sino é de ouro,
Que dá no besouro.
O besouro é de prata,
Que dá na barata.
A barata é valente,
Que dá no tendente.
O tendente é mofino,
Que dá no menino.
O menino é danado,
Que dá no soldado.
O soldado é valente,
Que dá na gente...

8


Eu estou fazendo papa!
Pra quem?
Pra João Manco.
Quem o mancou?
Foi a pedra.
Cadê a pedra?
Está no mato.
Cadê o mato?
o fogo queimou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Tá com o Emílio.
Cadê o Emílio?
Foi buscar o milho.
Pra quem?
Pra galinha.
Cadê a galinha?
Tá pondo ovo.
Cadê o ovo?
O padre comeu.
Cadê o padre?
Foi dizer a missa.
Cadê a missa?
A missa acabou.

9




Um dia, o doce perguntou ao doce,
qual era o doce mais doce?
E o doce respondeu ao doce
que o doce mais doce
é o doce de batata-doce.

10



No morro chato
tem uma moça chata
com um tacho chato na cabeça.
Moça chata, esse tacho chato é seu?

11



Se a liga me ligasse,
eu ligava a liga.
Mas, como a liga não me liga,
eu não ligo a liga.

12



É porque a aranha arranha a jarra.
A jarra arranha a aranha;
nem a aranha arranha a jarra,
nem a jarra arranha a aranha.

13



Eu já tinha virado uma onça.
Mesmo assim, meio sonsa,
perguntei o porque daquela conversa tonta.


14



Porque um ninho de carrapatos
está cheio de carrapatinhos.
Qual o bom carrapateador
que o descarrapateará?
Um ninho de mafagafos com sete mafagafinhos,
quem os desmafagafizer, bom desmafagafazedor será.
Um ninho de mafagafos com sete mafagafinhos,
quem os desmafaguisar, bom desmafaguisador será.

15



Lá em cima do piano
tem um copo de veneno.
Quem bebeu
morreu.


16



Sol e chuva,
casamento de viúva.
Chuva e sol,
casamento de espanhol.

17



Um sapo dentro do saco.
O saco com o sapo dentro.
O sapo batendo o papo.
E o papa cheio de vento.

18



Entrou por uma porta,
saiu pela outra.
Quem quiser
que conte outra.

18 Heloisa Pietro autora:
E agora, queridos leitores?
Quem foi que inventou tanta maluquice?
Será que fui eu mesma?
Será que foram meus avós? Meus tataravós?
Aqui no Brasil, na África, na Espanha ou em Portugal?
Bem, seja lá qual for a melhor resposta,
uma coisa é certa:
Parlenda é prova de que para brincar,
basta inventar, com palavras, com carinho,
com imaginação.
E isso é coisa que toda criança,
em qualquer parte do mundo,
já nasce sabendo....

Transcrita pela Najla Awad
Foz do Iguaçu, 12/03/2013